domingo, 16 de setembro de 2012


Volto a publicar a lista completa dos autores / obras para o p. i. l. :

QUADRO DE REFERÊNCIAS  
 Poesia
 Adolfo Casais Monteiro, Afonso Lopes Vieira, Al Berto, António Botto, António Franco Alexandre, António Maria Lisboa, Casimiro de Brito, Florbela Espanca, Gastão Cruz, João de Deus, João Miguel Fernandes Jorge, João Rui de Sousa,  Joaquim Manuel Magalhães, José Régio, Luísa Neto Jorge, Mário Cesariny Vasconcelos, Miguel Torga, Nuno Júdice, Raul de Carvalho, Ruy Cinatti, Sebastião da Gama.                                            

Textos de Teatro 

Almada Negreiros             – Deseja-se Mulher
Branquinho da Fonseca    – Curva do Céu
Carlos Selvagem               – Dulcineia ou a Última Aventura de D.Quixote   
David Mourão-Ferreira     – O Irmão
Fernando Amado              – O Iconoclasta
Fiama Hasse P. Brandão  – Os Chapéus de Chuva 
Jorge de Sena                   – O Indesejado       
José Régio                        – O Meu Caso
José Saramago                 – In Nomine Dei       
Lídia Jorge                        – A Maçon     
Luísa Costa Gomes          – Nunca Nada de Ninguém   
Miguel Rovisco                – Trilogia Portuguesa ( O Bicho, A Infância de Leonor de Távora, O Tempo Feminino)
Natália Correia                – Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente   
                                        – O Encoberto
Romeu Correia                – O Vagabundo das Mãos de Oiro
Vicente Sanches             – A Birra do Morto
Yvette Centeno               – As Três Cidras do Amor

 Prosa 

Contos, novelas, romances

Agustina Bessa Luís         – Conversações com Dimitri e Outras Fantasias  
Almada Negreiros            – Nome de Guerra 
Alves Redol                      – Barranco de Cegos 
Aquilino Ribeiro               – Os Caminhos Errados  
António Lobo Antunes     – As Naus 
David Mourão-Ferreira    – Gaivotas em Terra
                                        – Os Amantes e Outros Contos
Dinis Machado               –  O Que Diz Molero 
Eça de Queirós               – Contos   
Fernando Campos          – O Homem da Máquina de Escrever  
                                       – A Casa do Pó  
Fernando Namora          – Resposta a Matilde
Ferreira de Castro          – A Selva    
Herberto Helder             – Os Passos em Volta   
Hélia Correia                  – Montedemo
João Araújo Correia        – Mãos Fechadas 
João de Melo                  – Gente Feliz com Lágrimas 
Jorge de Sena                 – O Físico Prodigioso
José Cardoso Pires         – O Burro-Em-Pé   
                                      – Jogos de Azar 
José Gomes Ferreira     – O Irreal Quotidiano  
                                      – O Enigma da Árvore Enamorada (Divertimento em forma de novela quase policial) *
José Rodrigues Miguéis – Léah e Outras Histórias
Lídia Jorge                     – O Cais das Merendas
Luísa Costa Gomes        – Contos Outra Vez    
                                       – O Pequeno Mundo 
Manuel Alegre               – O Homem do País Azul    
Manuel da Fonseca       – O Fogo e as Cinzas    
Maria Isabel Barreno    – O Círculo Virtuoso 
Maria Judite Carvalho   – Paisagem Sem Barcos
Maria Ondina Braga     – A China Fica ao Lado  
Mário de Carvalho        – Contos da Sétima Esfera    
                                     – Contos Vagabundos 
Mário Dionísio              – Dia Cinzento e Outros Contos
                                      –  Monólogo a Duas Vozes
Mário-Henrique Leiria  – Contos do Gin-Tonic      
                                     – Novos Contos do Gin 
Sophia M. B. Andresen – Contos Exemplares 
Urbano T. Rodrigues    – As Aves da Madrugada
Vitorino Nemésio         – O Mistério do Paço do Milhafre  
                                     –  A Casa Fechada
Vergílio Ferreira           – Contos


Crónicas, cartas, biografias, autobiografias, memórias, diários

António Lobo Antunes     – Livro de Crónicas   
António Alçada Baptista – Peregrinação Interior
Aquilino Ribeiro              – Abóboras no Telhado     
                                       – Geografia Sentimental
Artur Portela Filho          – A Nova Feira das Vaidades
Carlos de Oliveira          – O Aprendiz de Feiticeiro 
Fernando Namora          – A Nave de Pedra            
                                       – Diálogo em Setembro 
                                       – Cavalgada Cinzenta 
Fernando Pessoa           – Cartas de Amor de Fernando Pessoa    
José Gomes Ferreira      – A Memória das Palavras ( ou O Gosto de Falar de Mim)   
José Rodrigues Miguéis – Um Homem Sorri à Morte  
José Saramago               – Deste Mundo e do Outro
Maria Isabel Barreno     – Novas Cartas Portuguesas (escritas em colaboração com Maria
       Velho  da Costa e Maria Teresa Horta).   
Maria Judite Carvalho   – A Janela Fingida
Oliveira Martins            – A Vida de Nuno Álvares Pereira
                                      – O Príncipe Perfeito
Raul Brandão                – A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore    
                                      – Memórias
Ruben A.                       – O Outro Que Era Eu    
                                     – As Páginas
                                     – O Mundo à Minha Procura 


[A lista (e o resto do programa) pode ser consultada aqui nas páginas 15, 16 e 17]

domingo, 15 de abril de 2012

Não posso adiar o amor

Não posso adiar o amor
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

António Ramos Rosa

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dá a Surpresa de Ser

Dá a surpresa de ser.
É alta, de um louro escuro.
Faz bem só pensar em ver
Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem
(Se ela tivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem
Sem Ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como ?

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

segunda-feira, 5 de março de 2012

FRAGAS - Projec~



Os laços de amor, mesmo os mais fortes, os de uma Mãe, duram para sempre? Pode um simples ser humano rejeitar o que o seu corpo criou e alimentou, alguém que a sua alma adorou durante anos, o seu sangue que não lhe corre nas veias? Conseguirá o tempo, imperador dos homens, romper as maiores raízes que o coração uniu? O Homem nem sempre nasce bom e a sociedade, boa ou má, nem sempre corrompe. Um filho de um jogo contemporâneo fugiu para bem longe das primitivas e jubiladas acções enformadas de honra e dignidade. Lá onde o rio trocou com as margens, o mar com a areia. Lá longe, onde o infinito não é o céu, mas o chão asfaltado que se calca. E Deus, não tem nada a ver com isto... As cores mirraram, restando agora as máquinas que, de uma, traçam milhentas. Os ventos foram sugados, restando o sopro dos valores jorrados em papel. A chuva já não visita, é visitada e o sol é culpado até prova em contrário. E o Homem, não tem nada a ver com isto.... João Neca  (http://www.tmg.com.pt/eventodetalhe.aspx?idevento=678)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Álvaro de Campos - Lucidez

Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa

Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,

Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;

E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha

(Excepto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro:

Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,

E romantismo, sim, mas devagar…)



Sinto uma simpatia por essa gente toda,

Sobretudo quando não merece simpatia.

Sim, eu sou também vadio e pedinte,

E sou-o também por minha culpa.

Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:

É estar ao lado da escala social,

É não ser adaptável ás normas da vida,

Às normas reais ou sentimentais da vida –

Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,

Não ser pobre a valer, operário explorado,

Não ser doente de uma doença incurável,

Não ser sedento de justiça ou capitão de cavalaria,

Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas

Que se fartam de letras porque têm razão para chorar lágrimas,

E se revoltam contra a vida social porque têm razão para isso supor.



Não: tudo menos ter razão!

Tudo menos importar-me com a humanidade!

Tudo menos ceder ao humanitarismo!

De que serve uma sensação se há uma razão exterior para ela?


Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,

Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:

É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,

É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.


Tudo mais é estúpido como um Dostoiewski ou um Gorki.

Tudo mais é ter fome e não ter que vestir.

E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente

Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.

Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,

E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.


Coitado do Álvaro de Campos!

Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!

Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!

Coitado dele, que com lágrimas (autênticas) nos olhos,

Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,

Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco, àquele

Pobre que não era pobre, que tinha olhos tristes por profissão.


Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!

Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!






E, sim, coitado dele!

Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,

Que são pedintes e pedem,

Porque a alma humana é um abismo.

Eu é que sei. Coitado dele!


Que bom poder-me revoltar num comicio dentro da minha alma!

Mas até nem parvo sou!

Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.

Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.

Não me queiram converter a convicção: sou lúcido.

Já disse: sou lúcido.

Nada de estéticas com coração: sou lúcido.

Merda! Sou lúcido.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Queridos alunos, vamos lá puxar pela imaginação e participar. Quem sabe se aqui não tereis as portas abertas à escrita futura. Quero ver textos vossos publicados na LER. (Também não me importo se vir fotografias ou ilustrações.)
[Ler mais aqui.]

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sexta: “Não se brinca com o amor” pelos Artistas Unidos



Na sexta, dia 27 de Janeiro, o TMG apresenta no Pequeno Auditório a peça “Não se brinca com o amor”, do dramaturgo francês Alfred de Musset pelosArtistas Unidos.
Numa encenação de Jorge Silva Melo, este drama amoroso é protagonizado por Catarina Wallenstein e Elmano Sancho. A peça foi publicada em 1834 e esta é a primeira vez que é representada em Portugal. A sessão é para maiores de 12 anos e está marcada para as 21h30.
«(…) Lembrei-me da invenção da juventude, essa melancólica inocência que para sempre ficou no romantismo de Musset. Ninguém falou tão bem da palpitação do coração, da incerteza dos dias, da tragédia que é ser jovem e não saber o que fazer dos seus anseios. Esta será a estreia em Portugal de um dos mais belos clássicos de sempre, o dorido “On ne badine pás avec l’amour”. Numa produção quase sem cenário, com um elenco muito jovem, pronta para digressão. Como se voltássemos às récitas escolares...», Jorge Silva Melo, o encenador, explica assim a escolha desta peça para o reportório da companhia.
Na história, o orgulho é a causa principal deste drama dos amores de infância de dois adolescentes que não chegam a alcançar o mundo amoroso dos adultos.







Entre 8 e 10 de Fevereiro o Projéc~/ Antónia Terrinha apresentam no Pequeno Auditório do Teatro Municipal da Guarda, às 21h30, o espectáculo "A dama pé de cabra"! A peça, a partir do texto homónimo de Alexandre Herculano, terá também apresentações para escolas nos dias 8 e 9, com sessões às 14h30.
Uma história do património cultural português, um dos mais maravilhosos contos da tradição oral portuguesa reescritos por Herculano.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Fernão Lopes (2)

Fernão Lopes



Da análise do prólogo se conclui que a história é para Fernão Lopes:

    1. a exposição da verdade toda,

    2. na sua natural simplicidade,

    3. livre de qualquer parcialidade gerada por um excessivo amor pátrio (não inventando

         façanhas nem ocultando desastres),

    4.  com a certeza obtida através de séria investigação (pondo de parte lendas, tradições,

       todos os factos que não possam ser garantidos por documentos).

    

Fontes



  a) Fontes narrativas:



   1. Crónica de Dom Pedro I, de Dom Henrique II e de Dom João I, de Ayala;

   2. Crónica de D. Fernando, de Martim Afonso de Melo;

   3. Crónica do Condestabre;

   4. outras histórias de Nun'Álvares, às quais alude no capítulo 70 da Crónica de D. João I:

         «ora aqui dizem alguns, contando os feitos de Nun'Alvares em seu louvor...»;

          «hum outro historiador, cujo falamento nos parece mais razoado, conta esta estória

          doutra guisa»;

    5. um «trautado» dos feitos do Mestre de Avis da autoria de «Christoforus, decretorum 

        douctor»;

    6. pelo menos, cinco narrativas anónimas que cita, ao descrever a batalha de Aljubarrota.



    b) Fontes documentais:



    Actas de Cortes;

    Documentos das chancelarias;

    Bulas papais;

    «Podres escripturas»;

    «Bitafes antigos» (epitáfios de sepulturas);

    Práticas e sermões, procurações, correspondência epistolar particular e oficial.



(adapt. Barreiros, Antº José, História da Lit. Portuguesa, Editora Pax)

domingo, 8 de janeiro de 2012

Fernão Lopes




A propósito deste autor há textos bons e importantes aqui para desenvolver conhecimentos.

Amor de Perdição



Para a análise e compreensão desta obra podem-se consultar uns bons comentários aqui, ou desenvolver conhecimentos aqui.