Evolução ideológica
1. Abandono do catolicismo. Dúvida e incerteza.
Educado no catolicismo, ao chegar a Coimbra, começa a ler os autores novos vindos
da Europa e cai na dúvida e na incerteza. Começa a procurar um caminho que o leva
à aspiração por um Absoluto, obsessão que o acompanhará toda a vida.
2. Idealismo hegeliano.
O hegelianismo foi o ponto de partida filosófico e nele se deu a evolução intelectual.
(As coisas são manifestação da Ideia fora da qual não há existência inteligível. Cada
manifestação da Ideia | tese | esbarra na sua contrária |antítese | e transforma-se numa
nova |síntese | que, por sua vez, se converte numa tese e assim sucessivamente.
Daqui passa com facilidade ao panteísmo e pampsiquismo.)
3. Socialismo utópico.
Se o hegelianismo explicava o Universo, nada lhe explicava a finalidade do Homem
na terra. Assim inicia uma procura de sentido prático para a vida e encontra proviso-
riamente uma resposta em Michelet e Proudhon: a sociedade evolui constantemente
e estabiliza-se nos princípios da Justiça Universal.
4. Apostolado social.
Querendo contribuir para a evolução da sociedade, aderiu ao socialismo. Era porém
um socialismo que preconizava uma evolução pacífica, baseada na moralidade, na
instrução das classes trabalhadoras.
5. Pessimismo e budismo.
O falhanço da acção social, a morte de pessoas amigas, a doença levaram-no ao
pessimismo: o Universo é um sofrimento sem finalidade e tudo caminha inevitavel-
mente para o nada (Schopenhauer). Resta a Consciência que se deve esforçar por
atingir o nirvana onde há o repouso completo.
(Ant º José Barreiros, História da Lit. Portuguesa, Ed. Pax, Braga)
(Nota: Há autores que dividem este percurso ideológico de outro modo. Por exemplo.
Mª Leonor Buescu faz uma divisão em quatro fases: a dúvida, o cepticismo ateísta,
panteísmo búdico, angústia/obsessão da morte.)
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