quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Antero de Quental

Evolução ideológica


1. Abandono do catolicismo. Dúvida e incerteza.

     Educado no catolicismo, ao chegar a Coimbra, começa a ler os autores novos vindos
     da Europa e cai na dúvida e na incerteza. Começa a procurar um caminho que o leva
     à aspiração por um Absoluto, obsessão que o acompanhará toda a vida.

2.  Idealismo hegeliano.
    
      O hegelianismo foi o ponto de partida filosófico e nele se deu a evolução intelectual.
      (As coisas são manifestação da Ideia fora da qual não há existência inteligível. Cada
      manifestação da Ideia | tese | esbarra na sua contrária |antítese  | e transforma-se numa
      nova |síntese | que, por sua vez, se converte numa tese e assim sucessivamente.
      Daqui passa com facilidade ao panteísmo  pampsiquismo.)

3.  Socialismo utópico.

      Se o hegelianismo explicava o Universo, nada lhe explicava a finalidade do Homem
      na terra. Assim inicia uma procura de sentido prático para a vida e encontra proviso-   
      riamente uma resposta em Michelet e Proudhon: a sociedade evolui constantemente
      e estabiliza-se nos princípios da Justiça Universal.

4.   Apostolado social.

      Querendo contribuir para a evolução da sociedade, aderiu ao socialismo. Era porém 
      um socialismo que preconizava uma evolução pacífica, baseada na moralidade, na
      instrução das classes trabalhadoras.

5.   Pessimismo e budismo.

       O falhanço da acção social, a morte de pessoas amigas, a doença levaram-no ao
       pessimismo: o Universo é um sofrimento sem finalidade e tudo caminha inevitavel-
       mente para o nada (Schopenhauer). Resta a Consciência que se deve esforçar por
       atingir o nirvana  onde há o repouso completo.  

                                  (Ant º José Barreiros, História da Lit. Portuguesa, Ed. Pax, Braga)

(Nota: Há autores que dividem este percurso ideológico de outro modo. Por exemplo.
 Mª Leonor Buescu faz uma divisão em quatro fases: a dúvida, o cepticismo ateísta,
 panteísmo búdico, angústia/obsessão da morte.)                                      


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